Modernidade superficial e descartável


Vivemos em uma época na qual a falta de tempo, o consumismo, a falta de sentido e a superficialidade são tão intensos como nunca antes.
Qualquer tempo vazio é chamado de tédio. Ninguém quer perder tempo com o nada, mas olvida-se que esse estado de repouso cerebral é fundamental para a geração de criatividade e reflexão.

A era das redes sociais fez com que muitas pessoas preferissem postar suas fotos em momentos agradáveis em vez de vivê-los intensa e completamente. Mas será que essas postagens não estão mais relacionadas com o ego, com o desejo intrínseco de estar em evidência, de ser melhor do que o outro, de ser de certa forma invejável, tudo isso na ânsia de receber o maior número possível de curtidas ou elogios?

E fico pensando: até onde o pós modernismo vai nos levar, com a ruptura dos valores, regras e princípios; o narcisismo exacerbado das selfies e das redes sociais; a utópica pretensão de derrubar o muro necessário que separa o real do virtual; o hedonismo e o imediatismo? 

Em relação ao imediatismo, basta reparar ao redor para ver como as pessoas estão a cada dia mais impacientes e com a atenção prejudicada devido a imensa quantidade de estímulos visuais e auditivos, o que resulta em cansaço cerebral que por sua vez ocasiona fadiga, sonolência, irritabilidade, baixo limiar para contrariedades e muitos outros sintomas físicos e psicológicos.

Se aquele aviso do whattsapp tão frequente é cansativo até para quem não tem esse aplicativo, imagine para quem tem? Em minha opinião, as pessoas acreditam que são livres, mas no fundo se tornaram escravas desse tipo de tecnologia, que veio para facilitar a vida e não complicá-la ainda mais. Na realidade, nos tornamos escravos de muitas coisas, mas não percebemos. Pense nisso.


Less is more
Menos é mais

A cada dia percebo que a expressão "menos é mais" é mais abrangente do que eu imaginava e que vivermos o momento presente com consciência de que ele é o único que realmente possuímos de verdade, são possíveis chaves para não nos deixarmos levar pela correnteza forte e intensa do consumismo e da superficialidade atuais.


Compartilho abaixo um excelente texto sobre o assunto, o qual me inspirou a escrever mais uma vez sobre esse tema:
Gente que vira coisa - Talita Borges Castelão
Se o link não funcionar, acesse o site abaixo e procure a edição de fevereiro de 2015: www.revistaadventista.com.br/


Comentários

  1. Perfeita a sua reflexão, Rosana! Por isso tantas pessoas estão ansiosas sem nem saber o porque. O tempo inteiro conectados, recebendo estímulos... não há ser humano que aguente. Nossa geração vai entrar em pane se não aprender a aquietar-se!

    Beijos!

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    1. Bruna,

      O excesso está mesmo acabando com a saúde física, mental e emocional das pessoas. A modernidade, ao contrário do que se esperava, exige demais de nós, mas com retorno mínimo, já que as chamadas "comodidades" estão fazendo exatamente o contrário, ou seja, era para termos mais tempo livre, mas não é isso o que acontece.
      E se continuar desse jeito... não sei onde iremos parar.

      Boa semana!

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