O calendário

Hoje foi a primeira vez em que folheei um calendário (de mesa, com uma folha para cada mês) sem o objetivo de procurar uma data específica ou ver as ilustrações ou figuras. Folheei com calma. Mês a mês. Dias que virão. Dias que se vão. Tão rápido e discretos como chegam, vão embora. Se na infância um ano era tão longo, na vida adulta isso muda drasticamente, ainda mais hoje em dia com tantas tarefas, distrações, obrigações, informações e estímulos sensoriais. Em breve chegará dezembro de 2017. Dias que vão e não voltam jamais, independentemente da destinação dada a cada um deles. A cada segundo que passa envelhecemos, amadurecemos, nos tornamos mais experientes. Ou ficamos estacionados em nossa zona de (des)conforto, que nos impede de alcançar a maturidade, mas não de envelhecer. Você não é o mesmo que era há um minuto. Nem eu. Ninguém é. Em 60 segundos, várias mudanças ocorreram em seu corpo. Imperceptíveis como gotas de água que caem vagarosamente de uma torneira e enchem um co...