A lei da atração funciona mesmo?
O ano era 2006.
Um filme começou a fazer muito sucesso.
Nele havia o depoimento de muitas pessoas de algumas áreas do conhecimento. Esses depoimentos validavam e davam uma certa credibilidade ao tema.
Entre eles haviam:
Bob Proctor – consultor, palestrante e autor de livros de auto-ajuda.
Jack Canfield – coach, palestrante motivacional e escritor.
Marie Diamond – palestrante motivacional.
Joe Vitale – professor espiritual, palestrante e autor.
John Assaraf – conferencista e autor.
Muitos falavam sobre física quântica e espiritualidade.
Outros falavam sobre assuntos que pareciam, digamos, meio irreais.
Havia também diversos grupos e fóruns na internet sobre o assunto.
A ideia principal – a teoria
Basicamente, a ideia principal do filme é a seguinte:
1) Escolha o que você quer.
2) Mentalize e faça visualizações sobre o assunto. Em outras palavras, imagine-se vivendo a situação desejada.
3) Faça isso muitas vezes. Muitas mesmo.
4) Sinta a emoção e a alegria de ter alcançado o seu objetivo.
5) Vá para seus afazeres diários com esse estado de ânimo. E se mantenha nessa vibração positiva a maior parte de tempo possível.
6) O Universo te ajudará a alcançar o seu objetivo.
Simples, não?
Uma cena memorável do filme
Se você assistiu, provavelmente se lembrará da cena.
Um homem queria muito um novo carro.
Então, no sofá de sua casa, ele se imaginava dirigindo o novo automóvel.
A cena tinha direito até a um volante e pedais imaginários – logicamente invisíveis.
Para tornar tudo um pouco mais real e menos bizarro, o sofá se alternava com o automóvel de verdade.
O homem, inclusive foi à uma loja. Entrou no carro, teve todas as boas percepções através dos cinco sentidos e também das boas emoções.
E então, com essa mentalidade forte e poderosa alinhada às percepções e às emoções, bingo!
O Universo conspirou a favor e ele conseguiu o automóvel.
Repare que falei sobre mentalizações, emoções e percepções.
O único trabalho que ele teve foi esse. E escolher o carro, é claro.
Como ele conseguiu o dinheiro para a compra?
Essa é a grande questão: o filme não explica.
A realidade – a prática
Imagine uma pessoa que acordou e seguiu todas as etapas enumeradas acima com o mesmo objetivo: comprar um carro.
A vibração positiva está adequada e o belo dia de sol ajuda a manter o bem-estar.
Então, ela entra no transporte público, que de tão cheio se torna indigno.
Impossível manter o mesmo nível de bem-estar nesse local.
Mesmo assim, ela não desiste.
Ao chegar no local de trabalho, faz novamente uma mentalização rápida.
De forma meio artificial e forçada, consegue sentir-se melhor.
Ao voltar para casa no mesmo trasporte público indigno, faz novamente a mentalização.
E assim os dias passam.
Mentalização.
Vibração positiva.
Mais mentalização.
Mais vibração positiva.
Mais e mais mentalizações e vibrações positivas.
Porém, nada acontece.
Então, a pessoa pensa:
“O que eu estou fazendo de errado?
Acho que não estou conseguindo mentalizar direito.
Ou será que os meus sentimentos não estão tão bons assim?
Preciso elevar logo minha vibração.
No filme parece tão fácil!
Dá certo tão rápido!”
Ela insiste.
E mais uma vez, nada acontece.
Então, desapontada, ela desiste.
As coisas não são tão fáceis assim
O filme é convincente.
Porém, propositalmente omite uma parte importante.
Não basta mentalizar, visualizar, ter boas emoções e vibrações positivas.
É preciso agir.
É preciso planejar.
É preciso trabalhar.
Nada vai surgir do nada.
Se trabalhando já demora, imagine sem tomar as atitudes necessárias.
Você precisa acreditar. E fazer a sua parte.
A grande lição do filme
Com tantas cenas bizarras e alguns depoimentos persuasivos sobre o poder das mentalizações, não é difícil chegar a conclusão de que não há nada de muito útil no filme.
Mas há sim.
Rhonda Byrne ficou apenas nas mentalizações?
Bob Proctor, Jack Canfield, Marie Diamond e Joe Vitale ficaram apenas com as vibrações positivas?
Não!
Todos eles agiram.
Fizeram o que precisava ser feito.
Acreditar que seu projeto vai dar certo é importante. Mas apenas acreditar não vai te levar a lugar nenhum.
Você precisa agir.
Acreditar é importante para te motivar, te ajudar a encontrar novas ideias e a direcionar suas ações para alcançar os melhores resultados.
Pensar de maneira positiva também é importante para que a vida se torne mais leve e para que ocorram aquelas agradáveis coincidências – como aqueles dias em que quase tudo o que planejamos dá certo.
Sem ação, é como se você quisesse construir um castelo de cartas.
Imagine que você tem todas as cartas em cima de uma mesa.
Então, você se senta de forma bem confortável no sofá.
E começa a mentalizar, a sentir-se muito bem ao visualizar o castelo de cartas pronto.
Parece tudo tão real! Incrivelmente real.
Você abre os olhos.
O que você vê?
As cartas estão exatamente no mesmo lugar.
Vibrar, mentalizar, visualizar de nada adiantam sem ação, sem o trabalho que precisa ser feito.
Conclusão
O filme “O Segredo” fez muito sucesso, pois mostrou que os objetivos podem ser alcançados de forma fácil. E sem esforço.
Logo caiu no gosto popular, pois em geral nós, seres humanos, apreciamos a dupla pouco trabalho/bons resultados.
Porém, muito esforço é necessário para que grandes resultados sejam alcançados.
Rhonda Byrne não ficou apenas visualizando seu projeto.
Ela tomou as atitudes que precisava.
Além do filme, “O Segredo” virou também um livro de grande sucesso.
A fortuna de Rhonda Byrne é avaliada em US$100 milhões. Em apenas 2 anos, na época de maior sucesso, o filme arrecadou US$ 48 milhões.
“O Segredo”, da maneira como mostrada no filme serviu para enriquecer apenas os participantes do projeto. Principalmente a idealizadora.
Porém, se você acreditar em seus objetivos, pensar de maneira positiva e tomar as atitudes necessárias, também poderá obter grandes resultados.
Créditos das imagens: Luisella Planeta Leoni, Gabriel Mareco e Willi Heidelbach – Pixabay
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