O que é importante para você nem sempre é importante para os outros

Na semana passada, enquanto eu jogava videogame (Tony Hawk 3, do Playstation 2, para ser mais exata), meu cachorro começou a me olhar de uma maneira como nunca havia feito antes.

Como estava um pouco frio, o cobri de novo com o edredom e continuei o jogo. Mas ele insistia em me olhar firme, como se quisesse me dizer algo.

Pensei que pudesse estar com dor ou com algum desconforto.

Apalpei sua barriguinha com muito cuidado, dei uma olhada em tudo o que eu achei que pudesse ter relação com seu problema, porém nada encontrei.

Então, ele se levantou e começou a “arrumar” do jeito dele o lençol da cama – daquele jeito que na visão humana está mais para desarrumar.

Só então percebi o real motivo da inquietação: ele queria se deitar embaixo do lençol, como estava acostumado. E não apenas com o edredom.

Após essa pequena alteração, ele logo adormeceu de forma tranquila.

 



Uma pequena grande mudança

O que eu considero algo sem importância ou até irrelevante, pode ser muito importante para você.

Porém, no cotidiano temos o costume de ver as coisas pela nossa ótica, de acordo com nossos padrões, gostos, interesses e afinidades. E nos esquecemos de que o outro também tem seu próprio jeito de ver o mundo.

Ninguém está errado: você tem suas preferências e eu tenho as minhas. Mas erramos muito quando desdenhamos das preferências e interesses dos outros.

Isso magoa. Entristece. E pode até causar profundas decepções e frustrações.

Muitas vezes, os relacionamentos e a saúde mental de todos nós poderiam ser muito melhores se estivéssemos mais atentos ao que é importante para o outro e não apenas ao que é importante para nós.

 

Mas são coisas tão pequenas!

“Você está assim só por causa disso?”

Você já deve ter ouvido ou falado essa frase.

Nem sempre percebemos que algo pequeno para nós pode ser muito importante para o outro.

Quantas vezes um sorriso sincero não tornou seu dia mais feliz?

Quantas vezes você não se sentiu bem ao auxiliar uma pessoa a atravessar a rua, a embalar compras no supermercado ou alguma coisa simples, porém que para ela era muito importante?

Quantas vezes a arrumação de uma gaveta da maneira como você gosta não te trouxe bem-estar e sensação de ser valorizado e estimado?

No fundo, talvez bem lá no fundo devido ao pouco uso, você sabe o que fazer e como fazer para deixar a vida do outro mais leve. E muitas vezes, é através de coisas bem simples e talvez que não façam nenhum sentido para você. Porém, tais coisas podem ter um valor tão grande para o outro!

 

Mude suas atitudes e colha bons frutos

Imagine uma relação (amorosa, familiar, de amizade ou trabalho), na qual só você faz as pequenas coisas que considera importantes para o outro, porém sem reciprocidade da outra parte.

Muito pelo contrário, a outra pessoa ainda critica as pequenas coisas que te trazem algum tipo de bem-estar.

Como você se sentiria?

Uma relação assim nunca se desenvolverá.

Assim como uma planta necessita do adubo adequado e de qualidade, não é com qualquer coisa ou de qualquer jeito que as relações crescem e amadurecem.

É preciso respeito.

É preciso empatia.

É preciso saber identificar as necessidades e o que é importante para o outro, mesmo que essas coisas não façam nenhum sentido para você.

 



Conclusão 

Sempre podemos aprender – ou relembrar – ricas lições com os animais, como aconteceu mais uma vez comigo.

Nem sempre estamos dispostos a entender que assim como nós, o outro também tem sua própria maneira de ver o mundo. E geralmente, suas preferências são bem diferentes das nossas.

O que faz sentido para você, talvez não faça nenhum sentido para mim. E vice-versa.

E o que é tão pequeno para você, pode fazer uma enorme diferença para mim!

Muitas vezes um pequeno gesto pode tornar o dia do outro mais alegre e mais leve. E como consequência, você também se sentirá bem por ter feito o bem. Simples assim.

Que você sempre escolha fazer uma diferença positiva no mundo ao seu redor. E muitas vezes, essa diferença está apenas em fazer algo simples, porém que é importante para o outro.

O meu cachorrinho dormiu satisfeito, embaixo do lençol e do edredom. Exatamente como queria.

E após conseguir resolver o problema que o deixou com aquele olhar tão inquieto e ansioso, posso dizer que me senti bem também.

E agradecida por mais essa lição tão importante que ele me fez relembrar. Algo para ser colocado em prática. Sempre.

 

Créditos das imagens:  Emily Hopper e Pixaline – Pixabay

 

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