Eu não gosto de praticar atividades físicas

Atividades físicas sempre foram um problema para mim.

Nunca gostei.

Na infância, eu gostava muito de andar de bicicleta. E nada muito além disso.

Gostava também de atravessar com minha avó praticamente a cidade inteira onde eu morava quando íamos na casa dos meus primos.

Demorávamos de 30 a 40 minutos para ir. E o mesmo tempo para voltar.

A escola que eu frequentava ficava a pouco mais de 1 quilômetro da minha casa.

Como a cidade tem quarteirões regulares, muitas vezes eu preferia voltar sozinha. Sem meus colegas, que sempre faziam o mesmo caminho.

Haviam tantas variações possíveis!

Nunca entendi porque iam e voltavam sempre pelas mesmas ruas.

 

ilustração crianças com mochilas

 

Tai Chi

Por volta dos 20 anos, agora em uma cidade grande, resolvi aceitar os inúmeros convites de minha outra avó para participar de aulas de Tai Chi que ocorriam uma vez por semana no Posto de Saúde.

Eu imaginei que encontraria pessoas de várias faixas etárias – inclusive da minha. Mas quando cheguei lá, percebi que o grupo era formado apenas por senhoras da terceira idade, como minha avó.

No local haviam algumas árvores e um pequeno gramado.

Pena que havia também o barulho intenso e a poluição da avenida. Mas pelo menos havia essa área verde.

Não entendi muito bem nas primeiras aulas, mas o fato é que eu gostei me identifiquei com aquele tipo de exercício mais lento, mais tranquilo.

A intenção desse tipo de atividade é que o aluno se concentre em seu próprio corpo, na respiração e no movimento que está fazendo.

Não lembro por quanto tempo participei, mas não foi mais do que um ano.

O último exercício da sequência era um abraço em uma árvore.

Não sei se era por que haviam poucas árvores e muitas alunas, mas a árvore que abraçávamos era imaginária. E ainda por cima, tinha que ser com os olhos fechados.

Eu me sentia ridícula fazendo aquilo na época.

Nem preciso dizer que eu abria um pouquinho os olhos para ver como as outras alunas faziam.

Todas estavam paradas naquela posição bem estranha, com as pernas levemente flexionadas, simulando o abraço. E algumas sorriam.

Anos depois consegui entender melhor como a natureza faz bem para a saúde física, mental e espiritual.

E entendi que abraçar uma árvore imaginária no contexto do Tai Chi pode sim fazer algum sentido.

Ao menos, fez para mim.

 

Pratiquei por um tempo, mas logo parei

Continuei praticando os exercícios em casa, mas como era de se esperar, fui espaçando cada vez mais a prática. Até parar de vez.

E assim, esqueci a maior parte dos movimentos.

Exatamente há um ano, comecei a rever tudo para voltar a praticar.

Comecei animada para relembrar todos e fazer a sequência completa, que tinha por volta de 20 movimentos.

Mesmo com o vídeo ensinando, parei no 5º movimento…. Somente há uns 20 dias resolvi retornar o aprendizado.

Eu sei que o Tai Chi Pai Lin, o que eu praticava, possui 108 movimentos. Mas prefiro terminar esses 20 principais primeiro para depois aprender os outros.

 

Academia

Para a maioria de vocês, o que vou dizer vai parecer bem estranho: eu nunca entrei em uma academia.

Nunca.

Não me vejo praticando atividades físicas em uma academia.

Talvez por a minha primeira atividade ter sido Tai Chi ao ar livre e em meio à natureza, um ambiente tão fechado não faz sentido para mim.

Passo com frequência em frente a algumas academias.

A maioria tem a fachada de vidro. Acho que é assim para que os transeuntes possam ver como é lá dentro.

Outro dia vi uma moça em uma esteira.

A esteira estava no modo ladeira. E ela subindo. Bem devagar.

Ela poderia fazer esse exercício ao ar livre e de graça atravessando a avenida – a menos de 100 metros ela teria uma ladeira semelhante – ou até mais inclinada.

Mas é questão de preferência: há os que preferem exercícios ao ar livre. E os que preferem ir à uma academia. Não há certo ou errado nisso.

Penso que eu seria o sonho de aluna para uma academia: pagar por 1 mês e ir apenas 2 dias.

 

Minha meta na bicicleta ergométrica

Eu tenho uma bicicleta ergométrica antiga.

Daquelas com uma cinta de tecido na qual é regulada a intensidade: quanto mais justa, mais força precisa ser feita.

Ela é perfeita para mim, pois é simples.

Exatamente o que eu queria.

Em janeiro de 2019, eu fiz um propósito para o ano: 60 minutos, 1 vez por semana.

Em maio do mesmo ano, não tinha feito mais do que 180 minutos dos quase 1.000 planejados até aquela data…

 

Atividades físicas – 1 vez por semana

Estabeleci uma nova meta há 1 ano: 60 minutos, 1 vez por semana.

Como 60 minutos é bastante tempo para que não gosta de atividades físicas, consigo fazer os 11 exercícios de Tai Chi aprendidos até agora, alguns de alongamento, outros de fortalecimento. Outros ainda com a faixa elástica e com a bola de pilates.

Raramente passo dos 60 minutos.

Às vezes chego aos 45 minutos e já acabei toda a sequência. Então repito algum. Ou paro por ali mesmo.

Minha intenção era alternar com a bicicleta ergométrica, mas às vezes faço 3 semanas na bicicleta e nada dos outros exercícios – o que é ruim, pois alongamento e fortalecimento são essenciais.

Quando vejo que o alongamento está começando a dar resultado, acabo relaxando.

Vou adiando, adiando…

E fico semanas sem praticar nada – exceto as caminhadas diárias de trajeto para o serviço, como eu falei no post Praticar atividade física é diferente de não ser sedentário .

Lembrando que tais caminhadas não devem ser consideradas como atividade física. Mas pelo menos, posso me considerar não sedentária.

 

As melhores atividades físicas são aquelas que você gosta de praticar

Não sei se você já ouviu ou leu essa frase.

Ela soa como agradável e convidativa, mas será mesmo que é verdadeira?

Claro que é melhor você praticar alguma atividade física do que nenhuma, mas em questão de benefícios, o corpo precisa de alongamento e fortalecimento.

A questão é: quem teria essas duas como atividades preferidas?

 

atividades físicas ao fundo ilustração pessoas no parque

 

O segredo é persistir. E jamais desistir.

Há 1 mês estou me saindo bem na meta de 1 vez por semana de 60 minutos.

Acrescentei também uma meta de 15 minutos em todos os outros dias.

No final do ano, pretendo fazer um novo post falando sobre como estou me saindo.

Parece que finalmente começo a organizar melhor os exercícios para que a duração total seja de 60 minutos. Em um dos dias consegui chegar a 70 minutos!

Se assim como eu, você também não gosta de atividades físicas, comece com menos tempo.

Talvez 10 minutos a cada 3 dias.

E vá aumentando aos poucos o tempo.

Racionalmente, eu e você sabemos que as atividades físicas são essenciais. Por isso, é fundamental que se torne uma parte da rotina.

Não é fácil. Mas é possível.

Como eu disse no título desse post, eu não gosto de fazer atividades físicas.

Mas dessa vez, eu decidi persistir.

Sei quais quero praticar – essas mais simples que citei aqui.

Não quero mais deixar que o não gostar seja uma desculpa para não fazer.

Acredito que os benefícios alcançados pela prática de atividades físicas valem o esforço.

 

Créditos das imagens: Hans Rohmann e dandelion_tea – Pixabay

 

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